Perguntas que as pessoas têm vergonha de fazer ao geriatra

Questões como esquecimentos, perda do desejo sexual ou tristeza são comuns, mas muitas pessoas evitam falar sobre elas. O geriatra pode ajudar a identificar causas e oferecer soluções para melhorar sua qualidade de vida.

Dra Ana Luiza Figueirôa

2/6/20253 min read

Visitar o geriatra é um passo importante para cuidar da saúde e da qualidade de vida na terceira idade. No entanto, algumas questões delicadas acabam não sendo abordadas por vergonha, medo ou até mesmo por achar que são irrelevantes. A verdade é que o geriatra está preparado para ouvir e ajudar, independentemente do tema. Aqui estão algumas perguntas que muitos têm vergonha de fazer, mas que podem transformar a vida do paciente ao serem discutidas.

1. "É normal perder o desejo sexual com a idade?"

Questões relacionadas à sexualidade são frequentemente deixadas de lado por constrangimento, mas fazem parte da vida e da saúde do idoso. Mudanças hormonais, condições médicas e até o uso de certos medicamentos podem impactar o desejo sexual. Conversar sobre isso com o geriatra pode levar a soluções como ajustes de medicamentos, terapia hormonal ou orientações para melhorar a qualidade da vida sexual.

2. "Por que estou com tantos gases?"

Problemas digestivos, incluindo gases e constipação, são comuns com o envelhecimento, mas muitos evitam falar sobre isso por considerarem um assunto "desagradável". O geriatra pode investigar possíveis causas, como intolerâncias alimentares, uso de medicamentos ou alterações no microbioma intestinal, e propor soluções simples, como ajustes na dieta ou suplementos.

3. "Estou urinando com frequência. Isso é normal?"

A frequência urinária elevada ou episódios de incontinência podem gerar vergonha, mas são problemas muito comuns entre idosos. Eles podem estar relacionados a infecções urinárias, aumento da próstata, bexiga hiperativa ou outros fatores. O geriatra pode ajudar com tratamentos específicos ou encaminhamentos para especialistas, se necessário.

4. "Por que estou esquecendo tanto as coisas? Será que é Alzheimer?"

Muitos idosos evitam mencionar episódios de esquecimento por medo de receber um diagnóstico de demência. No entanto, nem todo esquecimento está relacionado a doenças graves. O geriatra pode avaliar a situação, identificar fatores reversíveis, como uso de medicamentos, falta de sono ou estresse, e, quando necessário, realizar exames para diagnosticar possíveis condições neurológicas.

5. "Me sinto triste e desmotivado(a). É normal?"

Sentimentos de tristeza ou apatia podem ser interpretados como "coisas da idade", mas podem indicar depressão ou outros transtornos emocionais. O geriatra é capacitado para diferenciar essas situações e propor intervenções, que podem incluir terapia, mudanças no estilo de vida ou, em alguns casos, medicamentos.

6. "Tenho vergonha de falar, mas... estou com dificuldades no banho e para me vestir."

Dificuldades em realizar atividades do dia a dia são um sinal de que algo precisa de atenção. Embora a vergonha seja comum, o geriatra pode identificar se esses desafios estão relacionados a fraqueza muscular, problemas articulares ou outras condições, e orientar sobre tratamentos, exercícios ou dispositivos que facilitem a rotina.

7. "Minha pele está diferente. O que posso fazer?"

Alterações na pele, como ressecamento, manchas e coceira, são comuns na velhice, mas raramente discutidas. O geriatra pode orientar sobre cuidados com a pele, hidratantes adequados e quando é necessário investigar lesões que possam indicar algo mais sério, como câncer de pele.

8. "Como posso evitar cair em casa?"

O medo de cair é uma preocupação importante, mas que muitos têm vergonha de admitir. Cair pode ser resultado de problemas de equilíbrio, visão, força muscular ou até efeitos colaterais de medicamentos. O geriatra pode ajudar a avaliar o risco de quedas e sugerir medidas preventivas, como adaptações no ambiente e exercícios para melhorar o equilíbrio.

A importância de perguntar

Não existe pergunta "boba" ou "vergonhosa" quando se trata de saúde. O geriatra está ali para ouvir sem julgamentos, oferecer apoio e encontrar soluções para melhorar a qualidade de vida do paciente. Ao abordar temas difíceis, você está cuidando do que há de mais valioso: sua saúde e bem-estar.